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A cria que se crie, a dona que se dane.Os insetos interiores proliferam-se assim:
Na morte e na merda.
Seus sintomas?
Um calor gélido e ansiado na boca do estômago.
Uma sensação de: o que é mesmo que se passa?
Um certo estado de humilhação conformada o que parece bem vindo e quisto.
É mais fácil aturar a tristeza generalizada
Que romper com as correntes de preguiça e mal dizer.
Silenciam-se no holocausto da subserviência
O organismo não se anima mais.
E assim, animais ou menos assim,
Descompromissados com o próprio rumo.
Desprovidos de caráter e coragem,
Desatentos ao próprio tesouro...caem.
Desacordam todos os dias,
não mensuram suas perdas e imposturas.
Não almejam, não alma, já não mais amor.
Assim são os insetos interiores.
Fragmento do poema Os Insetos Interiores (A Metamorfose ou O Processo), de Fernando Anitelli.
Estava lendo tudo, até que me chama atenção esse título. Me lembro do meu poeta, meus olhos brilharam. Ele recitando, em voz lenta, calminha, faz o coração doer. Fiquei boba em ler Fernando Anitelli ali embaixo. Nha :3
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