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domingo, 18 de novembro de 2012

Insetos Interiores

(...) 
A cria que se crie, a dona que se dane.
Os insetos interiores proliferam-se assim:
Na morte e na merda.

Seus sintomas?
Um calor gélido e ansiado na boca do estômago. 
Uma sensação de: o que é mesmo que se passa? 
Um certo estado de humilhação conformada o que parece bem vindo e quisto.
É mais fácil aturar a tristeza generalizada
Que romper com as correntes de preguiça e mal dizer.
Silenciam-se no holocausto da subserviência
O organismo não se anima mais.
E assim, animais ou menos assim,
Descompromissados com o próprio rumo.
Desprovidos de caráter e coragem,
Desatentos ao próprio tesouro...caem.
Desacordam todos os dias, 
não mensuram suas perdas e imposturas.
Não almejam, não alma, já não mais amor. 
Assim são os insetos interiores.


Fragmento do poema Os Insetos Interiores (A Metamorfose ou O Processo), de Fernando Anitelli.

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Um comentário:

  1. Estava lendo tudo, até que me chama atenção esse título. Me lembro do meu poeta, meus olhos brilharam. Ele recitando, em voz lenta, calminha, faz o coração doer. Fiquei boba em ler Fernando Anitelli ali embaixo. Nha :3

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