Faz um tempo que percebi que algo estava me seguindo. A partir desse momento, passei a prestar a atenção para ver se descobria quem era esse seguidor tão pontual, que ia para os mesmos lugares que eu, desde manhã até a noite, quando cansada, eu voltava para minha casa para descansar. Incrível mesmo foi quando me dei conta de que o ser desconhecido estava me seguindo mesmo do lado de dentro de minha casa. Pensei horas a fio, passei noites em claro; queria desvendar aquele mistério.
Entendi, então, que onde havia luz, lá estava ele. Digo, ela.
Domingo de manhã, saí para comprar qualquer besteira em qualquer lugar irrelevante. O sol já estava alto, intenso. Luz. Decidi então tentar olhar para trás. Qual não foi a minha surpresa quando descobri que quem me seguia, era nada mais nada menos do que minha própria sombra.
Aliviada, intrigada e levemente aborrecida de ter que mandar embora uma companhia que caminhara comigo por tanto tempo, sorri para ela e disse: não adianta me seguir, sou tão perdida quanto você.
Que bonito, G. Acho que tá todo mundo nesse mundo caótido e fodido tentando achar uma luz que nos guie, não o contrario. E me conte o livro que comprou, ok?
ResponderExcluirBeijos
Adorei, mesmo. Acho sombras coisas tão enigmáticas, como um pedaço de nosso ser que nos unem ao outro mundo. Loucura? É, acho que sim, haha. Beijos :*
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