Aparências: enganam e continuam enganando.

Todo santo dia, pego o ônibus de manhã cedo com um professor do fundamental do meu colégio. Invariavelmente, quando olho para ele, penso que aquele cara deve ser um tonto. Pode parecer feio pensar assim, mas penso. Não sei exatamente porque. Pode ser que seja pela altura exagerada, pelos ombros caídos e o caminhar arrastado. Olho para ele e imagino imediatamente o Frankestein. 

Mas enfim... esses dias encontrei uma amiga no mesmíssimo ônibus. Conversávamos normalmente, quando ela disse: 

"Ah! Meu professor de física da oitava série! Ele é ótimo, foi a primeira vez que consegui entender tudo e passar de ano sem preocupações, além disso, ele é engraçado a vera." 

Quando olhei pra onde ela apontava, vi aquele que me lembrava o Frankestein. Meu primeiro pensamento foi que ele não devia ser tão ruim, afinal, ensinava física, que pra mim é uma matéria diabólica de difícil. E mais, as pessoas entendiam o que ele falava! Admirada, ouvi algumas histórias hilárias sobre ele e seus alunos. 

Hoje em dia, quando o vejo sair do ônibus com seu andar gingado e arrastado, não consigo deixar de pensar que ele realmente parece um tonto. No entanto, lembro-me de que as aparências enganam. E realmente enganam.